pelotas

Editorial de Casamento Intimista

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     Um casamento pequeno, só para vocês dois e os melhores amigos. Uma mesa comunitária com varal de luzes para todos comerem, beberem e rirem, no meio da natureza. Um casamento intimista pra você nunca esquecer.

     Isso soou bem pra você? Quando vi pela primeira vez algo do tipo também achei bem interessante. Comecei a pesquisar sobre isso a um tempo atrás e percebi que era comum casar dessa forma entre os europeus e norte americanos.

     Mas a questão que eu levantava ali não era nada sobre o tipo ou tamanho do casamento, mas o quanto complicado seria fazer "algo diferente" aqui no sul. Quando eu falo sul, não me refiro a região sul do Brasil, mas o extremo sul do RS, abaixo de Porto Alegre. Então comecei a conversar com várias pessoas que colaboravam para criar um casamento perfeito para uma noiva aqui e percebi que muitas anseiam por propostas diferenciadas também. Um dia conversando com a Ana Bonilla, que organiza casamentos em toda metade sul, tivemos a idéia de montar um editorial em Pelotas que simulasse um mini-wedding no campo e que demonstrasse uma nova forma de olhar para pequenos detalhes do dia. Mas o que ecoava em nós não era saber que era possível fazer um casamento intimista no campo, mas saber que era possível fazer algo específico para um casal, não importa oquê, boho ou clássico, na praia ou na montanha. Sem seguir protocolos cultivados a décadas ou padrões culturais.

     Surpreso fiquei quando em menos de duas semanas tudo estava pronto. Convidamos algumas marcas, contatamos algumas pessoas e em uma segunda-feira de sol nos reunimos pra fazer essa sessão. É um tempo bem curto para fazer acontecer algo desse tipo. Mas o que mais me chama atenção nessa experiência não foi a rapidez que tudo aconteceu, mas em perceber que você pode casar da maneira que VOCÊ QUISER, o limite é apenas a criatividade. Não precisa seguir nenhum tipo de padrão, nenhuma regra. Nenhum tipo de protocolo. Nada disso é obrigatório. É o dia de VOCÊS, de mais ninguém e quer coisa mais linda nesse mundo do que ter um dia a cara de vocês e diferente de tudo que já tenham visto? Onde quiser, do jeito que quiser... Comunique o que você quer para as pessoas certas. Aposte em referências visuais. Pinterest é uma ferramenta incrível pra isso. Mostre para o seu decorador, pra sua organizadora, exatamente aquilo que você viu, quer e cobre pelos detalhes. Tenho certeza que assim você terá o seu casamento da maneira que você sempre sonhou.

     Pensava em agradecer individualmente a todo mundo que colaborou pra fazer esse dia acontecer dessa forma tão legal (Na verdade, já tinha começado a fazer isso haha), mas percebi que ia me estender demais por aqui. Então queria deixar um agradecimento a todos por ajudarem a gente nessa e dizer que foi muito inspirador lidar com vocês nesses dias. É muito massa saber que tá todo mundo ali disponível com brilho nos olhos pra abraçar uma ideia nova. Muito obrigado!

     Lá no final eu deixei uma lista com todos os fornecedores que ajudaram a criar esse dia. Se interessou em conhecer mais do trabalho de algum deles? Só clicar no nome de cada um e entrar em contato.

     O dia do seu casamento pode sim ser único e autêntico, independente do tamanho. Agora é contigo!

     Organização: Ana Bonilla

     Design floral e decor: Atelier Floema

     Iluminação: Iluminismo Decor

     Beleza: Cacá Anjos

     Vestido da noiva e das madrinhas: 3Gurias

     Traje do noivo e dos padrinhos: Spirito Santo

     Calçados da noiva e das madrinhas: Krauze

     Bolo: Arleti Vieira

     Utensílios: Class

     Móveis: Ambientte Interiores e Brick Quebra Galho

     Locação: Chacará dos Fiss

     Video: Eduardo Souza (Breve)

     Fotografia : Jeff Münchow

     Agradecimento todo especial também aos modelos e pessoal que ajudou na preparação de tudo: Antoniela Rodriguez, Arthur Peruzzo, Aléxia Kaltbach, Hartur Xavier, Matheus Costa, Caroline Cruz, Luciano Ortiz, Camila Osório, Casalingo (Cláudia Godinho), Emerson Vargas (EV) e Eduardo. Obrigado!

 

WORK HARD AND BE NICE TO PEOPLE

     Não havia uma estrela no céu e uma densa camada de nuvens me separava do infinito acima. Era noite do dia vinte e seis de dezembro, segunda-feira e eu estava ainda agitado das turbulentas comemorações do feriado de Natal que acabara de passar. Foi meu aniversário também, o que sempre colabora para que a virada de ciclo no final de ano seja completa. Me preparava para dormir nessa noite quando fui a sacada do quarto de casa, respirar o ar fresco da floresta que ainda era impregnado de umidade da chuva de verão que havia caído minutos atrás. Me sentei com as pernas para fora, quase tocando meus dedos do pé nos galhos que pareciam se esticar para fazer o mesmo comigo. Pensei naquele instante, o quanto esse último ano foi importante para mim e o quanto tive dificuldade em perceber isso enquanto ele transcorria.

     Decidi então fazer uma retrospectiva do ano que passou e publicar aqui no blog. Voltei para dentro de casa, peguei meus HDs de 2016 e abri o catálogo de janeiro para ver tudo que havia acontecido. A intenção era selecionar as "melhores fotos" e postar aqui. Simples assim. Mas não foi bem o que aconteceu.

     Abri minha primeira sessão de 2016, dia da formatura do Renan e da Fernanda que havia começado em um final de tarde na segunda semana do ano. Lembrava de uma foto especifica que havia feito deles durante a festa e tentava encontrar ela. Então me vi revendo todo aquele dia e tendo lampejos de alegria ao reencontrar outras fotos, menos pensadas, mais expontâneas e que anteriormente eu sequer teria percebido ou lembrado de tal imagem como fotógrafo, porque talvez não tivesse aquela luz perfeita ou aquele enquadramento diferenciado. Decidi então abrir não só eventos, mas a minha vida nesse último ano. Comecei a olhar tudo com outros olhos e como uma coruja, fixei meu olhar arregalado à frente e vidrado passei a noite revendo meu ano.

     Fotografia é memória. Fotografia é conteúdo, não design. Eu procurava design quando pensei em fazer essa retrospectiva, mas ao fazer uma curadoria de bons momentos da vida, não encontrei só simetrias e cores. Percebi que o que me segurava por vários instantes em uma foto era um sorriso genuíno de alguém. Alguma demonstração expontânea de alegria. Era a lembrança de uma conversa que havia antecedido a imagem... fotografia é momento.

     A tela brilhava em minha frente quando acordei, um tanto perdido, na manhã seguinte. Nela eu via uma foto preta e branca da cadeia de montanhas que abraça o povoado de El Chaltén, na Patagonia. Havia pegado no sono noite passada, cansado e imerso em recordações. Desci até a cozinha, fiz um café e algo para comer e então percebi que a tarefa que eu havia me proposto fazer, levaria mais tempo que imaginava. Eu ainda revia o mês de fevereiro de 2016. Então decidi aceitar o processo de rever todo meu ano e levar talvez mais tempo que imaginava. Assim eu teria em mãos algo sincero, genuíno como os momentos que eu tinha presenciado e gravado em minha memória.

     Foi um trabalho e tanto, mas rever tanta coisa, um ano todo, foi uma das coisas mais gratificantes que fiz recentemente. Sabe aquele lance de se sentar para rever um álbum de família nas festas de final de ano? Foi tipo isso. Quando terminei já era 2017, já havia inclusive se passado uma semana. Mas o que importa de verdade? Mostrar meu trabalho? Sim, também é importante, mas acho que esse blog é um jornal da minha vida pessoal também. É aqui que de uma forma ou de outra, exponho o que sinto, o que vejo e que me toca. Seja escolhendo os melhores momentos de um casamento ou de uma sessão, tem muito de mim ali. É o que mexe comigo que vêm pra cá. Nesse caso, é o que mexeu comigo nos últimos 365 dias.

     Desejo alegria em abundância pra todos nós nesse 2017. Que possamos estar atentos aos gestos expontâneos de felicidade, gratidão, realização, superação pessoal, que nos rodeiam. Que nos deixamos contagiar por esses sentimentos e devolver ao mundo com euforia. Que estejamos presentes de verdade em cada conversa, com os ouvidos atentos e a mente aberta. Que sejamos afetuosos. Porque o que se leva dessa vida, senão boas memórias?

     Um PLAY aqui acima cairia muito bem. Vai por mim!

Purity. Natã & Catarine

  Anos atrás percebi que um cara que morava na mesma cidade que eu, postava sempre fotos que me chamavam muita a atenção. Tinha uma sensibilidade diferenciada ao olhar pro mundo a sua volta. Nome dele era Natã Madeira e logo de cara combinamos de fotografar um casamento juntos. Foi incrível e depois acabamos repetindo a experiência por diversas vezes. Entre tantas conversas, constantemente surgia um nome: Catarine. Era notório o carinho que tinha por ela. Até que um certo dia ele me falou que estavam juntos. Que sensação boa. Sempre que encontrava o Natã, tinha ótimas conversas e recebia sempre boas novas sobre a vida. Carregadas de positividade. Mas a mais significativa pra mim surgiu meses atrás quando me falaram que iam se casar. Pronto.

  As chances de algo que você queira muito, realmente acontecer, são diretamente proporcionais a quantidade de vezes que você pensa em tal. Isso é comprovado. Tudo aquilo que você pensa, gera um sentimento. Esses sentimentos geram comportamentos que vão te guiar por um caminho na vida.

  Aconteceu assim com o Natã e a Catarine, e sou extremamente grato por ter presenciado isso de perto.

  Fizemos essas fotos nos lugares que fizeram história na trajetória dos dois. Incluindo o Quadrado, lugar as margens do Canal São Gonçalo, onde o Natã pediu a Catarine em namoro. Porque boas memórias são aquelas verdadeiras e cheias de significado.